Tenho lido muitos textos que falam sobre esse período crítico da mulher, mas tais textos são redigidos por homens portanto a visão é totalmente distante e imaginária muitas das vezes rs.
Nada como uma mulher pra descrever esse calvário cheio de espinhos,pouquíssima água, grandes multidões apedrejando e dizendo crucifiquem essa mulher e tudo por e para um resultado futuro gerar uma vida com segurança e saúde aff.
Não quero falar sobre o que a ciência diz, mas quero passar minha visão como mulher. Somos colocadas em uma quarentena onde todos nos olham de uma maneira estranha e desconfiada, as vezes nos sentimos aquele personagem circense chamado "Monga" a tal mulher que se transformava em um terrível macaco...nos tornamos motivo de atração e críticas, entendo que temos a maravilhosa capacidade dada pela natureza de alternar rapidamente de humor e até ideais, mas isso dura um só minuto.
Na verdade nem nós sabemos o que de fato acontece nessa fase, acuadas e sem poder explicar o que acontece em nosso próprio corpo, nos fechamos e ficamos ainda mais arredias na esperança de que alguém com muita mais muita paciência nos entenda.
Um simples abraço, um olhar, uma surpresa pode amenizar esses efeitos colaterais.
Mera expectativa, quanto mais tentamos nos aproximar ou nos afastar mais apertado fica o cerco, uma verdadeira arena onde nós somos os leões e os gladiadores nossos companheiros (as).
Muitos acham que nos divertimos com essa situação, que até acentuamos nossas crises para chamar atenção, ou manter nossa fama de insuportáveis, mas isso está longe de ser verdade.
Só Deus sabe o quanto sofremos, me lembro agora daquela cena em que o Huck começa sua transformação sempre provocado em seu meio ambiente, ele não tem controle sobre seu corpo e mente, simplesmente se transforma...
Na ficção é bem mais bonito de se ver afinal tem trilha sonora...
Quer saber nós sofremos...é eu sei ninguém teve a curiosidade de perguntar, ou medo mesmo rs, sem falar das dores, do desconforto desse mundo tão escuro, solitário que para algumas mulheres dura alguns poucos dias para outras uma eternidade.
Nós choramos, nos tornamos ingratas, depressivas, consumistas, insaciáveis, sei lá o que mais, mas na essência continuamos sendo aquela mesma menina frágil, querendo colo e carinho, apenas mostramos algumas garras, mas no fundinho somos aquelas que lutam por nossos aliados, deixam de comer pra verem os filhos felizes, saem pela névoa da madrugada em busca do pão de cada dia, mesmo tristes continuam à sorrir, sentindo dores preparam um café bem gostoso pro esposo ao chegar do trabalho.
Ainda estamos aqui, lutando pra que tudo fosse diferente, lutando pra que esses 4 ou 5 dias não sei, não tivessem poder de anular ou apagar temporariamente nossos méritos, mas somos pobres mulheres que força alguma tem contra os desígnios do Criador.
