segunda-feira, 9 de abril de 2012

Medida certa


Estava lendo o blog "Esse é meu respirar" do Will http://esseeomeurespirar.wordpress.com e então comecei a pensar sobre a postagem por título "Mais uma lição de vida."
Que ele fez que diz:

"Depois de 33 anos vividos aprendi que o apego é um sentimento para ser usado com muita, mas muita moderação. Enfim, vai-se a presença, mas permanece viva a amizade. "

Eu por várias vezes jurei não dessa vez será diferente, pra que ser tão transparente assim Ariane? Precisa de tanto abraço? Não precisava lembrar!
E por fim já estava entregue a situação, a amizade enfim a vida.
Eu não sei ser diferente, embora deseje todos os dias dormir e acordar uma pessoa mais fria, mais calada, bem mais reservada.
Mas certamente não seria eu, mas que tentei, tentei.
Lidar com a incerteza, a insegurança o medo de ser traído, magoado, ferido é muito difícil.
Mas como mudar? Desde os primórdios homens matam e morrem por seus sentimentos.
Mas por outro lado o que seria das mais belas canções se não houvesse desamor, desencontro, agonia e lágrimas.
Sem tristeza não há consolo, sem carência não há abraço, sem inverno não há acolhimento.
Sem bipolaridade não existirão os poemas e muito menos a pipoca, o cobertor e nem a musica aos nossos ouvidos.
A verdade é que há beleza na tristeza, você pode achar estranho essa afirmação, mas nossos poemas melancólicos, nossos desenhos em preto e branco, nossa dança bem agarradinha tudo origina do luto da alma muitas vezes.
É certo que quero rir mas se necessário for muitas vezes chorar para gerar os meus mais profundos gestos e sonhos, passarei por esse calvário.
Se a semente não morrer não há possibilidade de nascer a flor.
Portanto que venham a neve, a chuva, os ventos, mas que meu coração esteja pronto pra cantar as mais tocantes melodias, mas não sei ser diferente.
Sou coração, sou alma, sou explosão, sou gritaria, sou calmaria, sou apego, sou doação essa sou eu.
Ser correspondida não é essa a meta, ser vista talvez, ser tocada seria maravilhoso, mas o importante da alma é se expressar, se libertar.
E escrevo, eu deliro, eu transbordo sentimentos, as vezes escorre pelo canto da boca.
Eu novamente junto os pedaços, e continuo caminhando e cantando.
Medida certa não sei se existe...
Nesse momento comecei a refletir, será que conseguimos usar essa tal medida chamada moderação quando se trata de coisas do coração? Tenho minhas duvidas, nos policiamos, nos programamos e no final nos entregamos.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Velha infância!


Hoje estava pensando na melhor fase da minha vida, as melhores gargalhadas, os melhores passeios, as aventuras inesquecíveis.
Tenho a facilidade de trazer a memória os pequenos detalhes, porém os mais gostosos.
A primeira queda de bicicleta, o tampão do dedo arrancado por aquele chute no asfalto ao invés da bola, o primeiro beijo, aquela manga direto do pé, ai ai são tantas as delícias dessa época que essa postagem seria pequena pra relatar cada uma delas.
Estamos próximos ao período de Páscoa, onde uns comemoram a crucificação e a ressurreição de Cristo, outros a reunião da família e muitos a troca dos deliciosos ovos de Páscoa.
Estava no serviço pensando que a melhor fase é aquela que podemos sonhar, imaginar e nos iludirmos sem medo das represarias, sem preocupação com a realidade, sem responsabilidade alguma.
Hoje por alguns minutos quis voltar a minha infância, onde nos meus pensamentos todos os carros que passavam na rua eram meus, o carinha mais bonito da daquela banda de rock era meu namorado, as casas mais bonitas eram minhas.
Eu me lembro de deitar na laje da minha casa pra ler meus livros e gibis, sempre debaixo da minha cabana que no final desabava sobre a minha cabeça rs, e lá passava horas olhando pro céu e imaginando que a qualquer momento voaria de encontro ao meu destino, embora não soubesse ao certo qual seria, mas sabia que iria voar pra bem longe.
Com o tempo as pessoas perdem tudo de bom que a infância nos deu, o sorriso, a ousadia pra falar, o coração perdoador, o beijo molhado, o abraço de doer os ossos.
Sabe sinceramente, eu sofro ainda hoje, porque minha mente ainda viaja, eu ainda acredito no excelente, ainda acho que amigo pode dizer pro outro amigo eu te amo, ainda penso que podemos sentar na beira da calçada lá no interior e chupar laranjas até doer a barriga.
Podemos dançar estranho todas as musicas, e cantar feio todas as canções
Hoje pedi para uma pessoa muito querida que acredito lembrar de momentos da sua infância, pois me contou uma com riqueza de detalhes, se poderia colocar no blog essa história abaixo.
Foi mais ou menos assim...

Dia de Páscoa e dois irmãos ansiosos aguardam pela chegada do coelhinho, de pijamas e em silêncio, estão deitados na cama com os olhos arregalados.
Um diz para o outro vamos descer e ver se os ovos já estão na sala.
Quase chegando no ultimo degrau, pé por pé, o irmão mais novo grita:
- Sobe, sobe. E o outro perguntou:
-Que foi ? Que foi?
- Sobe porque escutei um barulho, o bicho ainda tá aí!
É disso que tenho saudade, da pureza e da beleza da infância.
Desejo a todos uma Feliz Páscoa e que nesse dia os corações se abram e os sentimentos mais sinceros sejam expressos, porque tudo deve ser dito enquanto é tempo.
Termino essa postagem com um pensamento que me veio a mente o dia todo...

"Que meu corpo leve as marcas do tempo e que minha alma carregue a vitalidade da minha infância"(Ariane Lemos).