sexta-feira, 30 de março de 2012

Era uma vez...



E assim começou a história que ouvi hoje... Ele era jovem, inteligente, sonhador, que amava intensamente a vida. Quando chegou na empresa colocou suas canetas, seu notebook, seu porta retrato e uma caneca apenas isso traduzia toda sua simplicidade. A vida não tinha tanto brilho e nem tanta intensidade mas em questão de dias sua vida estava para mudar. Num belo dia de sol, chegou no trabalho, suspirou por mais um dia monótono como todos os outros. Ao sentar ele foi seduzido em uma fração de segundos por um sorriso ou era um perfume? Ele não sabe ao certo o que o enfeitiçou ele só sabe dizer que sua vida não foi mais a mesma depois de conhecer Poliana.
Ahhh Poliana tinha mais ou menos 1.54 de altura, magra, meiga, não era vaidosa, mas tudo nela reluzia. Tudo era pretexto para que Carlos estivesse ao seu lado, o almoço, as risadas nas reuniões, a saída, a pausa para treinamento, ele extraía do inexistente seus mais profundos sonhos. O silêncio de Poliana para ele significava tanto quanto sua mente podia imaginar, as vezes seus pés nem podiam tocar o chão, se pegava viajando por entre as mechas dos cabelos dela.
Ao mesmo tempo que se imaginava ao lado daquela que desejava com toda sua alma, ele sentia um abismo que os separava. Sempre que estavam juntos eram nos seus mais profundos sonhos. Carlos se sentia ridículo, ultrapassado por ser um homem mais velho que amava tanto, nas rodas de amigos era incompreendido, e até motivo de chacotas simplesmente porque amava e não tinha coragem de viver esse amor. Meses, anos se passaram até que um belo dia tomou uma decisão a de se declarar e colocar pra fora todo seu amor, não importando o que iriam pensar. Acordou, colocou sua melhor roupa, engraxou seus sapatos pretos, penteou seus cabelos negros, não era um homem bonito, mas tinha um grande coração. A viagem mais longa da sua vida foi naquele dia, não via a hora de se declarar e ver nos olhos de Poliana a resposta que ele tanto esperava. Ao chegar na sua sala deu a ultima olhada no espelho, umedeceu seus cabelos e espirrou a ultima gota de seu melhor perfume. Caminhando pelos corredores sentiu um aperto em seu coração, uma forte pontada, mas não deu importância afinal naquele dia nada iria mudar decisão. Olhou em direção a cadeira que Poliana sentava e ela não estava lá, no mesmo momento pensou, ela irá entrar mais tarde, provavelmente ficou presa no transito daquela grande cidade.

As horas se passaram seu coração em pedaços, quase perdendo a coragem resolveu perguntar ao amigo do lado, você sabe alguma notícia? Ela está doente? O amigo constrangido por saber das expectativas de Carlos, contou-lhe a história. Ontem no final da tarde o telefone tocou, a Poliana saiu da sala atendeu ao telefone e voltou sorrindo, me chamou de canto e começou a contar, recebeu uma proposta de emprego e na mesma hora aceitou. Não hexitando guardou suas coisas, despediu-se de todos e hoje ela começou no novo emprego. Carlos estarrecido e sem balbuciar som algum, sentou-se atordoado na sua cadeira. Por dentro chorava se culpava, e mais uma vez se sentiu um nada. Tudo que havia construído todos esses anos se transformou em ruínas, já não havia mais encanto, a música que tocava aos seus ouvidos já não existia mais. Dizia pra si mesmo, como pude deixar escapar aquela que tanto amei, sem nunca sequer dizer uma palavra, todos esses anos admirando e sonhando. Emudecido pegou sua bolsa e saiu sem direção, ninguém viu pra onde foi e nem de que maneira foi. Mais um desencontro na metrópole, onde pessoas choram e não são notadas, amam e não são correspondidas essa foi à história que ouvi hoje, um dos muitos desencontros de amor.

Um comentário:

Willian Lemos disse...

Show de bola rs... essa é uma história triste mas ao mesmo tempo hilária, só quem presenciou sabe!!! KKK