quinta-feira, 24 de julho de 2014

Contos...

Numa cidade atribulada, cheia de incertezas ele resolveu tirar umas férias, arrumou as malas, fez revisão no seu carro e decidiu partir, rumo ele não sabia, o que iria levar muito menos.
Ele simplesmente foi, no caminho aquele ritual encantador, o cheiro dos eucaliptos, aquela estrada sem fim, tudo contribuía para a limpeza da sua alma, tudo lhe dava novas esperanças e medos.
Nos últimos meses ele havia passado por questionamentos, incertezas e precisava de novos círculos, novos sorrisos, ao mesmo tempo, queria a velha meia, os velhos hábitos, não estava disposto a abandoná-los.
Chegando lá naquela praia maravilhosa, ele viu o mar, avistou as conchas e algo dentro dele já começou a vibrar, ele não entendeu nada, afinal não tinha amigos pra conversar, ficou numa pousada que cheirava a mofo.
Um dia logo as 5 da manhã ele resolveu caminhar, sentou-se a frente das falésias e começou a escrever mais um conto para seu próximo livro. Não lhe vinha inspiração, nenhuma ideia se quer pairava em sua mente.
Tentou, amassou o papel e novamente recomeçou, quando se deu conta que não era boa hora.
Tirando a camisa resolveu dar um mergulho, a água estava gelada demais, mas ele estava disposto a fazer diferente, não seguir o padrão que estava habituado.
Foi quando ao retornar pra areia, secando-se avistou uma linda mulher, cabelos lisos, corpo escultural, e sorriso largo. Em questão de minutos seu coração acelerou e ele nem sequer sabia o porque. Intimidado resolver sentar colocar os óculos e apreciar com calma.
Tamanha era a beleza, que não demorou pra aquela linda moça levantar-se e caminhar até o pontal e sumir.
Durante a noite inquieto não conseguia, dormir, virava de um lado para o outro, tentando esquecer aquela estranha e agradável visão.
No outro dia bem cedo, levantou, ajeitou os cabelos e parou no mesmo lugar, pensando quem sabe, não consigo me aproximar, perguntar-lhe o nome, puxar assunto.
Passaram as horas e nada dela aparecer, ele já meio desanimado resolveu perguntar no quiosque, se haviam visto alguém com aquela descrição, a atendente lhe informou que ela tinha partido naquela manhã, fazia alguns minutos.
Ele totalmente embaraçado e sem saber o porque de tanta curiosidade afinal nenhum contato teve com essa mulher, agradeceu e sorriu. Algo mudou, ele sorriu diferente, ele se sentiu abraçado, não sabia se ela era casada, solteira, com filhos. Mas ele só entendia uma coisa, existem caminhos estranhos, paisagens diferentes que talvez fiquem lá distantes, nunca serão tocados, mas que só pelo fato de saber da sua existência, desencadeiam metamorfoses.
Uma inspiração para um livro, um novo conto, um sorriso que ilumina sua alma, aquela mulher sem saber alegrou seu dia, mudou algo dentro dele.
Correndo retornou para  pousada e deu continuidade a série contos da vida...

Nenhum comentário: