Desde pequena sempre gostei de coisas de moleque, jogar bola, bolinha de gude, pipa, futebol, carro, feira do rolo, oficina mecânica, comandos em ação, autorama, vídeo game e assim vai. Ahhh não significa que não brinquei de boneca, imitei a Xuxa, sonhei em ser paquita, e todas as coisas de menina.
Mas era engraçado que ao mesmo tempo que gostava de coisas de menina, detestava coisas de menininha.
Adoro ter meu cabelo arrumado, fazer escova, mas detesto passar horas no salão.
Gosto de roupa nova, mas detesto passar horas procurando roupa. Admiro um prato bonito e bem decorado, mas não tenho paciência de ficar cozinhando. Essa semana estou um tanto reflexiva e querendo ficar sozinha, até falei que queria trabalhar dentro de uma redoma, e de preferência ficar invisível.
Sempre andei com meninos (detalhe não pegava nenhum e nem tinha essa carinha de hoje rs) afinal estava jogando bola, andando de skate, rindo de piadas sem graça, não me preocupando com roupa e frescurinhas.
Tem dias que acordo e quero viver dessa mesma maneira, sem me preocupar com detalhes.
Quando criança dizia, nossa queria ter nascido homem, na minha cabeça achava que era bem mais fácil ser homem, não que isso seja verdade, mas admiro esse mundinho, que as vezes me parece bem mais feliz.
Quando odeiam, odeiam de verdade, quando são parceiros, são parceiros de verdade.
São capazes de correr atrás de uma bola durante uma hora sem parar, quase choram quando vem um novo lançamento tecnológico.
No meu sonho acordei, não penteei o cabelo, não combinei roupa, não passei esmalte e saí feliz que só.
Não tirei foto bonita para o facebook, não sorri pra todo mundo, não fingi que amo tudo e qualquer coisa, não sorri quando queria chorar.
É... acordei e o mundo era totalmente diferente.