Dias frios, corações gelados, mãos distantes a humanidade caminha rumo ao individualismo.
Eu me defendo, te exponho e provavelmente te abandono nas suas loucuras, nos seus devaneios.
Certamente te prometi doação completa, escrevi nos murais e gravei em todos os lugares.
Esqueço das minhas palavras, esqueço do meu semblante naquele dia jurando amizade a todo tempo.
É de se entender que não se esperava tantas loucuras, mas é isso que o tempo revelou.
Vieram as rugas causadas pelo vento, frio intenso, as mãos desataram os mais fortes laços.
O homem volta aos primórdios, onde caça, mata e se isola nas cavernas.
Eu tenho caminhado e tenho tentado influenciar o próximo, mas nada pode ser pesado demais a ponto de me arrastar pra o abismo onde foi aprisionada a soliedarieade e o verdadeiro sentimento de doação.
Até onde meus pés vão alcançar não sei, mas eles já cansaram, isso fica registrado na pedra mais alta, porque marcos foram anunciados.
Os olhos já embaçaram e a capacidade de sonhar se foi, ahhh o sonhador sente dores ao dizer isso, porque ele vive de sonhos e esses já se foram.
Tudo isso dizia o homem no alto da montanha, com sua pouca força, e com poucas energias gritou como um atalaia anunciou o fim das suas expectativas.
Talvez para muitos ele era um velho sábio, para outros um iludido, filósofo e louco.
Seu legado preparado está, mas não se sabe quem segurará suas mãos nesse percurso.
Só se sabe que ele precisa abraçar seu propósito, quem estará disposto a morrer por ele?
Chorar com ele? Talvez ninguém afinal os sonhos são seus.
Ví quando o velho pegou suas malas e disse é hora de levantar e ir.
A brisa cortava seu rosto naquele dia, mas ele enxergava diferente, além do que os outros podiam ver por isso seguiu chorando e levando a preciosa semente.